“A PÁSCOA DE CRISTO: A BELÍSSIMA MANIFESTAÇÃO DO AMOR DE DEUS!”

Caros irmãos,

Sabeis que para o cristão a celebração da Páscoa não é uma simples festa de aniversário ou uma festa comemorativa de um acontecimento passado e exterior, pelo contrário, a Páscoa é um acontecimento que diz respeito a nós e ao nosso tempo; é o momento que fundamenta a nossa fé cristã. As palavras do apostolo Paulo reforçam esta certeza: «Mas se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a vossa fé» (1Cor 15,14).

Embora tenhamos conhecimento, com marcas na nossa história, que nos últimos tempos a nossa humanidade foi e continua a ser assolada pela pandemia do Covid-19 e por um conflito de guerra entre duas nações, que por sinal são cristãs – caros irmãos, a fé não está garantida! – contudo, estes momentos de sofrimento, de pecados e de morte, nãos nos coíbem e nem, sequer, amordaçam a nossa fé ou extinguem a certeza de que somos amados por Jesus Cristo: «Cristo morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação» (Rm 4,25).

Para a humanidade inteira, a morte e ressurreição do Senhor é um acontecimento, é um horizonte de esperança que torna possível o acesso à vida em plenitude, à vida eterna, porque ao morrer Ele destruiu a nossa morte e ressuscitando restaurou a nossa vida.

Portanto, a morte ou qualquer outra realidade da nossa existência quotidiana, que muitas vezes se abate sobre nós, ao ponto de nos levar a desistir de viver, a tentar fugir ou a revoltarmo-nos contra Deus, já não têm poder sobre nós, porque a morte foi vencida pela Cruz de Jesus.

É a partir deste espírito, de que Jesus tem o poder de salvar, curar e mudar a nossa vida, que brota a esperança cristã, como afirma o apostolo Paulo: «A esperança não dececiona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5,5).

É esta esperança que influi, inebria, o nosso espírito a Ele para confiarmos e a partir d’Ele vivermos: «Se nós temos a esperança em Cristo apenas para esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram» (1Cor 15,19-20).

Na Páscoa, a cruz resplandece o Amor de Deus e é sinal de alegria e da vitória da vida.

A Páscoa convida-nos a mergulhar de novo no mistério de Cristo, a beber a vida na própria fonte, a receber a chave que equaciona e resolve todos os problemas, a acolher a luz sobrenatural que dissipa todos os medos e temores: «Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde está Cristo sentado a direita de Deus. Pensai nas coisas do alto, e não nas da terra (…) Quando Cristo, que é nossa vida, se manifestar, então vós também com ele sereis manifestados em glória» (Col 3,1-4).

Da Páscoa brota o dinamismo do Espírito que faz novas todas as coisas e nos arranca da solidão para a comunhão fraterna.
A Páscoa destrói todos os fatalismos e vem dizer-te que tua vida pode e deve ser diferente, para melhor, do que tem sido.

Caro irmão, a tua história está bem feita!

Por isso, no mais profundo do ser cristão emerge o grito alegre, a força do cantar do Aleluia Pascal: CRISTO RESSUSCITOU! ALELUIA!

Assim como Ele apareceu a Pedro e aos discípulos, também agora aparece no meio de nós, que estamos reunidos em Seu nome.

Ele está no meio de nós que somos a Igreja, a Sua esposa, no meio de nós que somos membros do Seu Corpo.

Assim como Cristo passou da morte à vida, passemos também nós, com Ele, para à eternidade e celebrando o Mistério Pascal de Cristo, com gozos e coração agradecido, deixemos que Ele transforme a nossa vida para sermos testemunhas da ressurreição de Cristo!

Desejo-vos, meus irmãos, uma Santa Páscoa!

Pe. Manuel Charumbo

Imagem da capa de Kiko Argüello