Contemplamos o Mistério, primeiro e definitivo, do Deus que se faz homem para resgatar o homem para Deus. Na oração do Rosário, ao ritmo do coração cheio de graça de Maria, somos conduzidos à vida do fruto bendito do seu ventre, Jesus. Somos desafiados pelo imperativo da alegria com que o Anjo saúda a Virgem: Alegra-te Maria, cheia de graça, porque Deus está presente, porque ele fez morada entre nós. Cada Ave-Maria que entoamos faz memória de que somos criados para a alegria da vida em Deus. A promessa da morada de Deus entre os homens, concretizada em Jesus, é o motivo da festa que nos congrega. A oração do Rosário é oração que celebra a alegria do Deus que nos resgata para a alegria.
Em Fátima há um convite constante à alegria. A Senhora do Rosário não se cansará de pedir aos pastorinhos que «rezem o terço todos os dias». A insistência da Senhora do Rosário de Fátima nesta oração não é sem razão. O rosto bíblico de Deus que Fátima recorda é o de um Deus com entranhas de misericórdia (Jer 4,19), que vem ao encontro do homem, sedento de o resgatar para a alegria plena. Somos ali recordados do Deus da Glória, Pai, Filho e Espírito Santo, que tem desígnios de misericórdia para com cada mulher e cada homem. A oração do Rosário centra-nos nessa promessa definitiva do triunfo da Misericórdia que a vida de Cristo veio inaugurar; porque ele está presente; porque ele fez morada entre nós.
O Rosário educa-nos na humildade da fé, ao estilo dessa mulher única que, com o seu fiat, fez da sua vida dom, e que conservava cada gesto, cada palavra de Jesus, «ponderando-os no seu coração» (cf. Lc 2,19). Meditar os mistérios da vida de Cristo, ao jeito simples da Senhora da alegria, é deixar-se habitar pela presença do Deus incarnado, tal como ela. O Rosário não será outra coisa que esse jeito contemplativo de, como Maria, guardar no coração as feições do fruto bendito do seu ventre, Jesus.
Do Evangelho segundo São Mateus (Mt 28, 1-6)
Terminado o sábado, ao romper do primeiro dia da semana, Maria de Magdala e a outra Maria foram visitar o sepulcro. Nisto, houve um grande terramoto: o anjo do Senhor, descendo do Céu, aproximou-se e removeu a pedra, sentando-se sobre ela. O seu aspeto era como o de um relâmpago; e a sua túnica, branca como a neve. Os guardas, com medo dele, puseram-se a tremer e ficaram como mortos. Mas o anjo tomou a palavra e disse às mulheres: «Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou, como tinha dito. Vinde, vede o lugar onde jazia.»
Este convite a não temer é renovado, também em Fátima, por aquela que vive da glória do Ressuscitado. A Virgem é testemunha de que a presença de Deus afasta o medo, porque é garantia de vida em plenitude. Ela é também interlocutora de um convite divino, a que cada crente deixe converter o seu rosto pela luz gloriosa da ressurreição.
Virgem do Coração Imaculado, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que vivamos animados pela fé na ressurreição.
Do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 1, 6-9)
Estavam todos reunidos, quando lhe perguntaram: «Senhor, é agora que vais restaurar o Reino de Israel?» Respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou com a sua autoridade. Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo.» Dito isto, elevou-se à vista deles e uma nuvem subtraiu-o a seus olhos.
A Virgem Maria é também enviada. Em Fátima, ela é testemunha da presença de Cristo, oferecendo o seu Coração sem mácula como reflexo da verdade e da beleza do amor de Deus. Porque é enviada, a Senhora de Fátima oferece uma mensagem que não é sua, mas daquele que a enviou, o próprio Deus. E, na medida em que acolhemos essa mensagem de esperança que ecoa a proposta do Evangelho de Cristo, somos constituídos, também nós, testemunhas da presença de Deus.
Virgem missionaria, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que, acolhendo a força do Espírito, sejamos feitos testemunhas do vosso Filho, Jesus Cristo.
Do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 2, 1-4)
Quando chegou o dia do Pentecostes, encontravam-se todos reunidos no mesmo lugar. De repente, ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde eles se encontravam. Viram então aparecer umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo.
A mensagem oferecida em Fátima pela Senhora do Cenáculo é a de que, na oferta da vida a Deus, o medo é ofuscado pela promessa da sua presença. É a garantia dada pela Virgem do Rosário à pequena Lúcia, assustada por ficar sozinha no mundo, sem a presença amiga dos seus primos: «e tu sofres muito? – pergunta-lhe a Senhora. – Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». O Coração de Maria, habitado pelo Espírito de Deus, oferece-se como memorial da presença de Deus-Trindade.
Virgem do Pentecostes, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que também nós sejamos repletos do Espírito que faz da nossa vida uma nova criação e memorial da presença de Deus.
Do Livro do Apocalipse (Ap 12, 1)
Apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida de Sol, com a Lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze estrelas na cabeça.
Também em Fátima, a Virgem Mãe se oferece como veículo da luz de Deus, essa luz indizível que purificou o olhar dos pastorinhos e os transformou, também a eles, em candeias da luz divina. Na Cova da Iria, a Senhora do Rosário convida-nos a procurar e a acolher a luz de Deus e a manter o olhar fixo nessa luz que há de converter a nossa vida pelo amor.
Virgem da Assunção, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que vivamos com o olhar voltado para Deus.
Do livro dos Salmos (Sl 44(45), 10)
À tua direita está a rainha ornada com ouro de Ofir.
Em Fátima, somos recordados que o Coração sem mácula daquela que vive ao ritmo das bem-aventuranças do Reino dos Céus triunfará. Porque a palavra definitiva, apesar dos dramas da história humana, há de ser a do amor que transforma a vida em graça e misericórdia.
Virgem Rainha, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que aguardemos, com jubilosa esperança, o triunfo do Coração Imaculado.
Do Evangelho segundo São Lucas (Lc 1, 26-31)
O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.» Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus.»
Em Fátima, durante a primeira aparição, a Virgem Mãe convida os Pastorinhos ao mesmo fiat com que ela mesma acolhera os desígnios de Deus: «Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos […] em ato de reparação?» A resposta dos Pastorinhos é de disponibilidade para acolher a vontade de Deus: «Sim, queremos!»
Virgem do fiat, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que aprendamos a escutar a vontade de Deus com disponibilidade para responder convosco: faça-se em mim segundo a tua palavra.
Do Evangelho segundo São Lucas (Lc 1, 39-42)
Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e
bendito é o fruto do teu ventre.»
Fátima contém também este convite à solicitude, a uma vida feita dom em prol dos outros, a uma vida transfigurada pelo amor. Nas suas Memórias, Lúcia relata que «havia umas crianças, filhos de duas famílias da Moita, que andavam pelas portas a pedir… A Jacinta ao vê-los, disse-nos: ‘Dêmos a nossa merenda àqueles pobrezinhos, pela conversão dos pecadores?’ E correu a levar-lha».
Virgem do magnificat, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que saibamos perscrutar a necessidade de quem nos rodeia e aprendamos a solicitude, a generosidade, e a ação de graças.
Do Evangelho segundo São Lucas (Lc 1, 39-42)
Quando os anjos se afastaram deles em direção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: «Vamos a Belém ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer.» Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o menino deitado na manjedoura.
Nas aparições do Anjo da Paz, os pastorinhos são recordados de que os desígnios que os Corações de Jesus e Maria têm sobre eles são «desígnios de misericórdia», de um amor solícito, cheio de esperança e que se dá como perdão. A misericórdia de Deus – somos recordados em Fátima – é a revelação do próprio Deus, que é amor (1 Jo 4,8), e que alimenta o desejo de a todos reunir no seu redil.
Virgem da alegria, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que saibamos acolher o dom da misericórdia nas nossas vidas com a alegria da fé.
Do Evangelho segundo São Lucas (Lc 2, 21-22.25-26.34-35)
Quando se completaram os oito dias, para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus indicado pelo anjo antes de ter sido concebido no seio materno. Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor. Ora, vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão; era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel. O Espírito Santo estava nele. Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Messias do Senhor. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição. Uma espada trespassará a tua alma. Assim hão de revelar-se os pensamentos de muitos corações.»
Em Fátima, a presença de Deus manifesta-se por uma luz bela que oferece ao mundo a esperança da promessa do triunfo do coração. Mas o Francisco entrevê que este Deus belo tem também feições de tristeza, porque se comove com os dramas da vida humana que rejeita o amor.
Virgem da apresentação, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que saibamos contemplar a beleza da vida plena oferecida em Deus e a deixemos converter o nosso desamor.
Do Evangelho segundo São Lucas (Lc 2, 43.46-47)
Terminados esses dias, regressaram a casa e o menino ficou em Jerusalém, sem que os pais o soubessem. Três dias depois, encontraram-no no templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos quantos o ouviam, estavam estupefactos com a sua inteligência e as suas respostas.
Fátima recorda constantemente o apelo a uma vida centrada em Deus, pela oração e pela oferta da vida a Deus em prol dos demais. O beato Francisco foi disto exemplo. Ninguém suspeitaria que uma criança fosse capaz de uma tal profundidade contemplativa, de uma vida assim unificada em Deus. Gostava de se encontrar a sós para “pensar em Deus”, e a sua felicidade maior era estar com o seu amigo, Jesus escondido, junto do sacrário da igreja paroquial.
Virgem do encontro, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que a nossa vida esteja centralizada em Deus.
Do Evangelho segundo São Lucas (Lc 22, 39.41-42)
Saiu então e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras. E os discípulos seguiram também com Ele. Quando chegou ao local, disse-lhes: «Orai, para que não entreis em tentação.» Depois afastou-se deles, à distância de um tiro de pedra, aproximadamente; e, pondo-se de joelhos, começou a orar, dizendo: «Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua.»
O apelo feito pela Virgem de Fátima aos pequenos pastores é de que ofereçam a sua vida ao cumprimento da vontade do Pai. Esse convite, que se estende a cada crente, faz eco da atitude a que Jesus continuamente nos desafia no Evangelho.
Virgem do discernimento, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, a fim de estarmos atentos e dispostos a discernir a vontade do Pai.
Do Evangelho segundo São Mateus (Mt 27, 22-26)
Pilatos disse-lhes: «Que hei-de fazer, então, de Jesus chamado Cristo?» Todos responderam: «Seja crucificado!» Pilatos insistiu: «Que mal fez Ele?» Mas eles cada vez gritavam mais: «Seja crucificado!» Pilatos, vendo que nada conseguia e que o tumulto aumentava cada vez mais, mandou vir água e lavou as mãos na presença da multidão, dizendo: «Estou inocente deste sangue. Isso é convosco.» E todo o povo respondeu: «Que o seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos!» Então, soltou-lhes Barrabás. Quanto a Jesus, depois de o mandar flagelar, entregou-o para ser crucificado.
Fátima recorda que o Evangelho é sinal de contradição e que a Igreja, Corpo de Cristo, na medida em que seja fiel ao jeito do Filho de Deus, continuará a sofrer a flagelação. A imagem do bispo de branco a percorrer a cidade em ruínas, na terceira parte do Segredo de Fátima, recorda que a via da injustiça e do descompromisso é um caminho dramático de autodestruição e negação de Deus.
Virgem das dores, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que sejamos incansáveis a trabalhar pela justiça e a paz.
Do Evangelho segundo São João (Jo 19, 2-3)
Depois, os soldados entrelaçaram uma coroa de espinhos, cravaram-lha na cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura; e, aproximando-se dele, diziam-lhe: «Salve! Ó Rei dos judeus!» E davam-lhe bofetadas.
A mensagem de Fátima faz memorial deste Reino de verdade e de vida plena ao qual se adere pelo dom da sua vida a Deus pelos demais. Os pastorinhos iluminam o caminho com a sua entrega, feita de oração e sacrifício, e de confiança no triunfo de Deus sobre os dramas do mundo.
Virgem serva do Rei, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que deixemos resplandecer no nosso rosto os traços do Reino dos Céus.
Do Evangelho segundo São João (Jo 19, 17)
Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota.
Também em Fátima, a mensagem recorda o drama do itinerário humano, demasiadamente marcado pela miséria e pelo desamor, encerrando, nesta evocação, um convite à conversão. Mas a palavra definitiva pronunciada em Fátima é a da misericórdia de Deus oferecida como graça ao desamor humano.
Virgem do caminho, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que, acolhendo a presença de Cristo, sejamos convertidos ao seu caminho de amor.
Do Evangelho segundo São João (Jo 19, 30.33-34)
Jesus disse: «Tudo está consumado.» E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. Vendo que Jesus já estava morto, não lhe quebraram as pernas. Porém, um dos soldados trespassou-lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água.
Em Fátima, somos recordados deste dom sublime de Deus, que não desiste dos seus desígnios de misericórdia para com a história humana. Na visão que encerra a mensagem, testemunhada por Lúcia em Tuy, é ainda o sinal da Cruz que ilumina toda a mensagem e se oferece como sua chave de leitura: o Mistério do Deus que se entrega, por graça e misericórdia, aos homens.
Virgem da misericórdia, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que, contemplando o sacrifício definitivo do Filho, sejamos transformados pela lógica do dom até ao extremo e vivamos em oferta total da nossa vida.
Do Evangelho segundo São Mateus (Mt 3, 16-17)
Uma vez batizado, Jesus saiu da água e eis que se rasgaram os céus, e viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e vir sobre Ele. E uma voz vinda do Céu dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus todo o meu agrado.»
Também em Fátima somos desafiados a participar da missão de Jesus, a missão de reunir todas as ovelhas perdidas no redil do Pai. E o amor do Pai misericordioso é-nos confirmado pela presença da Virgem, cujo coração cheio da graça de Deus triunfará.
Virgem missionária, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que, convocados a participar na missão redentora de Cristo, nos comprometamos com a conversão das nossas vidas e das vidas dos demais.
Do Evangelho segundo São João (Jo 2, 3-8)
Como viesse a faltar o vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: «Não têm vinho!» Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo? Ainda não chegou a minha hora.» Sua mãe disse aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser!» Ora, havia ali seis vasilhas de pedra preparadas para os ritos de purificação dos judeus, com capacidade de duas ou três medidas cada uma. Disse-lhes Jesus: «Enchei as vasilhas de água.» Eles encheram-nas até cima. Então ordenou-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa.»
Em Fátima, a Virgem Mãe convida os pastorinhos – e, com eles, cada um de nós – a uma vida ao jeito de Caná: a interceder junto de Deus pelos que mais necessitam, e a anunciar a presença misericordiosa de Deus entre os homens.
Virgem da intercessão, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que aprendamos a viver ao jeito de Caná, intercedendo pelos irmãos diante de Deus e testemunhando a presença de Deus entre nós.
Do Evangelho segundo São Marcos (Mc 1, 14-15)
Depois de João ter sido preso, Jesus foi para a Galileia, e proclamava o Evangelho de Deus, dizendo: «Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho.»
Também em Fátima, a Senhora do Rosário convida à conversão e ao compromisso. Os pastorinhos são, desde logo, levados a verem-se a si mesmos à luz de Deus, a descobrirem o que são chamados a ser. E esta visão de si mesmos em Deus ganha a força de um impulso evangélico e missionário. É por isso que escutamos Jacinta exclamar: «Se eu pudesse meter no coração de toda a gente o lume que tenho cá dentro no peito a queimar-me e a fazer-me gostar tanto do Coração de Jesus e do Coração de Maria».
Virgem bem-aventurada, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que a nossa vida se converta e renove no compromisso com as bem-aventuranças do Reino.
Do Evangelho segundo São Marcos (Mc 9, 2-4.7)
Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e levou-os, só a eles, a um monte elevado. E transfigurou-se diante deles. As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que lavadeira alguma da terra as poderia branquear assim. Apareceu-lhes Elias, juntamente com Moisés, e ambos falavam com Ele. Formou-se, então, uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado. Escutai-o.»
Em Fátima, a luz de Deus é-nos oferecida pelas mãos da Senhora do Rosário. Essa experiência inefável há de alimentar a vida dos pastorinhos, como nos narra Lúcia a respeito de Francisco: «O que mais impressionava ou absorvia [o Francisco] era Deus, a Santíssima Trindade, nessa luz imensa que nos penetrava no mais íntimo da alma. Depois dizia: “Nós estávamos a arder, naquela luz que é Deus, e não nos queimávamos. Como é Deus!!! Não se pode dizer! Isto sim, que a gente nunca pode dizer! Mas que pena estar tão triste! Se eu O pudesse consolar!...”».
Virgem da luz, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que, contemplando a luz da Palavra de Deus, a deixemos fermentar na intimidade da oração e dar fruto de compromisso com a vida dos demais.
Do Evangelho segundo São Mateus (Mt 26, 26-28)
Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: «Tomai, comei: Isto é o meu corpo.» Em seguida, tomou um cálice, deu graças e entregou-lho, dizendo: «Bebei dele todos. Porque este é o meu sangue, sangue da Aliança, que vai ser derramado por muitos, para perdão dos pecados.
Em Fátima, somos recordados de que o coração compassivo de Deus se faz dom para o seu povo. Os pastorinhos são introduzidos, pelo Anjo da Paz, ao banquete eucarístico, memorial da presença salvífica de Deus para a humanidade. O Anjo convoca-os a oferecerem as suas vidas em prol dos irmãos, a viverem uma vida eucarística. Com os pastorinhos, também nós somos desafiados a oferecermos as nossas vidas nas mãos de Deus em prol dos irmãos.
Virgem do dom eucarístico, Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós junto do Pai, para que, comungando da celebração eucarística, sejamos conduzidos a uma vida pautada pelo sacrifício redentor.